Nem mesmo a crise, que ainda reflete na economia do país, fez com que o e-commerce brasileiro deixasse de crescer.
Segundo pesquisa da E-bit-/Nielsen, o e-commerce brasileiro cresceu 12% em faturamento e 11% em número de pedidos.
Ou seja, o e-commerce está voltando a acelerar desde os resultados fracos de 2016, onde o faturamento aumentou apenas 7%.
Para que sua loja saia na frente da concorrência, é importante observar quais são as tendências para as próxima década
Spoiler: uma das tendências de e-commerce é o aumento no número de concorrentes, mas isso não é nenhuma novidade.
Sem mais delongas vamos as tendências:
- Mobilecommerce
- Inteligência Artificial e Machine Learning
- Realidade Virtual e Aumentada
- Expansão do Omnichannel
- Chatbots
- Melhoria dos processos logísticos
- Voicecommerce
- Socialcommerce
- Visualização interativa de produtos
- Crescimento dos marketplaces
- Clubes de assinatura
- Maior uso do formato vídeo
- Lojas mais leves e otimizadas
- Outras tendências
1- Mobilecommerce
A maior das tendências de e-commerce para a próxima década será o aumento das compras via smartphones e tablets.
Segundo pesquisa do Hootsuite, 70% dos brasileiros possuem um dispositivo móvel, e a previsão é que esse número aumente.
As lojas que a partir da próxima década não oferecerem uma boa experiência nesses aparelhos com certeza perderão vendas.
Caso esse seja o caso da sua loja virtual, talvez seja hora de pensar em um redesign não apenas do visual, mas também da experiência de compra.
Uma tendência dentro do Mobilecommerce são os aplicativos de lojas virtuais, que estão ficando cada vez mais acessíveis.
As pessoas baixam o aplicativo por causa das vantagens exclusivas que as lojas oferecem, então caso planeje criar um, é importante pensar nisso.
A vantagem dos aplicativos é que a taxa de conversão é muito maior do que nas lojas virtuais, desde que o app oferte benefícios e uma boa experiência.
2- Inteligência Artificial (AI) e Machine Learning
Inteligência artificial não é um termo novo e já foi muito explorado no cinema e na televisão em produções de entretenimento.
A inteligência artificial é uma simulação para computadores da inteligência humana, sendo bastante claras em jogos digitais.
Já o machine learning é uma ramificação da inteligência artificial, na qual o computador busca aprender sozinho qual é a melhor forma de se fazer uma tarefa.
Para entender um pouco melhor sobre esse tema complexo que envolve até conceitos de Biologia, recomendamos o vídeo sobre o tema do Marcelo Tas.
Com inteligência artificial e machine learning, muitas possibilidades surgem para melhorar a experiência de compra.
A primeira delas é a personalização da loja de acordo com os interesses de cada indivíduo.
Por exemplo, uma loja de artigo esportivo pode mostrar mais produtos de vôlei ou de futebol, dependendo dos dados colhidos do indivíduo.
Outra possibilidade gerada pela AI e Machine Learning é o chamado Visual Search, que é a busca por produtos através do escaneamento de imagens.
Não é a toa que plataformas de "e-commerce headless" surgiram nessa última década, e elas se tornarão cada vez mais populares também.
Uma plataforma "headless" separa o frontend (código visual) do backend (código técnico) possibilitando mais flexibilidade e personalização com AI.
3- Realidade Virtual e Realidade Aumentada
Realidade Virtual e Realidade Aumentada ainda não são tão populares no momento, porém a tendência é que ocorra um "boom" de uso.
A Realidade Virtual é a simulação de espaços físicos que podem ser "vividos" através de equipamentos VR.
Já a realidade aumentada é a inserção de informações virtuais no mundo real, que podem ser visualizadas através de uma lente, como a câmera de um celular ou óculos digital.
Assim como a inteligência artificial e o machine learning, a Realidade Virtual e Aumentada criam diversas possibilidades.
Uma delas é a possibilidade de interagir e até mesmo provar produtos com os óculos de Realidade Virtual, algo já adotado por algumas empresas de automóveis.
Já com a Realidade Aumentada, seria possível observar uma informação no mundo real através da câmera de um celular que leva para a loja virtual.
O Burguer King fez algo um pouco parecido. Através da realidade aumentada era possível "queimar" anúncios de concorrentes e ganhar um Whopper por isso.
Outra possibilidade com realidade aumentada é fazer compras nas lojas físicas que vão além do mundo real, com mais informações.
Imagine entrar em uma loja de sapatos e observar através da lente de um celular que o sapato que você deseja está disponível em seu número.
Esses tipos de experiência serão muito comuns na próxima década e investir nisso poderá ser uma grande diferencial.
4- Expansão do Omnichannel
O Omnichannel já é algo muito comum no e-commerce e a tendência é que cresça ainda mais.
Uma experiência de compra Omnichannel é aquela que ocorre em mais de um canal. Por exemplo, comprar em uma loja virtual e retirar na loja física é um ótimo exemplo de como o Omnichannel funciona.
A grande vantagem do Omnichannel para o cliente é que retirar na loja física não gera custos de entrega, o que vale muito a pena em alguns casos.
Essa integração entre canais de compra será ainda mais forte na próxima década, por causa da flexibilidade que a experiência traz.
5- Chatbots
Os chatbots também serão cada vez mais comuns no e-commerce a partir da próxima década.
Um chatbot é uma inteligência artificial criada para atender clientes em um site ou loja virtual. Ou seja, atendimento automatizado, sem a necessidade de um ser humano.
Em média, uma pessoa espera ser atendida em menos de 5 minutos em ambientes digitais, como lojas, redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas.
Levar mais que isso para atender um cliente é perder uma compra e é aí que entram os chatbots, automatizando o atendimento e estreitando laços com os clientes.
6- Melhoria dos processos logísticos
Todo ano são investidos bilhões de reais para que a logística do e-commerce seja cada mais ágil.
No Brasil, esse é um tema complicado, visto que o valor do frete é uma das principais dores dos lojistas.
Apesar disso, temos motivos para acreditar que as coisas tendem a melhorar.
Existem dois conceitos hoje no e-commerce que já demonstram essa melhoria: o Next Day Delivery e o Same Day Delivery.
Enquanto o primeiro significa "Entrega no dia seguinte", o segundo significa "entrega no mesmo dia", evidenciando que já é possível efetuar uma entrega ágil.
Para que isso seja possível, diversas lojas e empresas de logística investem em pontos de retiradas nas regiões mais afastadas, democratizando o e-commerce.
Além disso, os processos logísticos estão sendo cada vez mais automatizados, através de entregas via drones e robôs embaladores.
7- Voicecommerce
Uma das grandes diferenças em comprar em uma loja virtual é que quase não usamos a voz para efetuar uma compra.
Diferente de uma loja física onde conversamos através da voz com atendentes, nas lojas virtuais utilizamos a escrita como forma de comunicação.
Porém, isso é algo que pode mudar na próxima década por causa do Voicecommerce, ou apenas V-commerce.
Com o Voicecommerce é possível efetuar comprar em lojas virtuais utilizando a voz através de assistentes como Alexa e Siri.
Dessa forma, seria possível comprar produtos sem usar as mãos e até mesmo sem observar um produto, caso seja uma compra de recorrência.
8- Socialcommerce
O Socialcommerce não é algo novo, mas observando a movimentação das plataformas de redes sociais, já dá prever que continuará sendo algo forte.
Por exemplo, o Facebook já possui seu próprio marketplace e o Instagram implementou a aplicação de tags de preços em produtos com links para a loja virtual.
O Socialcommerce é a modalidade do e-commerce em que se vende através das redes sociais, sem mesmo ter uma loja virtual.
As maiores redes sociais já possuem funcionalidades voltadas para o e-commerce, além de serem ótimos canais para divulgar produtos, ofertas e outros tipos de conteúdos.
O Whatsapp por exemplo possui uma versão para empresas que facilitam bastante o atendimento de clientes, podendo ser usado para sua loja virtual.
Não há como ignorar as redes sociais em sua estratégia de marketing, seja para Socialcommerce ou marketing.
Por isso, caso ainda não trabalhe isso, não deixe de escolher as melhores redes sociais para seu negócio!
9- Visualização interativa de produtos
Que todas as lojas virtuais precisam disponibilizar imagens de alta qualidade de produtos não há nenhuma dúvida.
Mas algumas lojas virtuais já estão indo além, permitindo uma visualização mais interativa de seus produtos.
Fotografias 3D que podem ser visualizados em 360º, personalização de produto ao vivo, realidade virtual, tudo isso já está sendo aplicado em algumas lojas virtuais.
Mas vale mesmo a pena investir nisso?
Depende. Uma das principais razões que fazem com que as pessoas não comprem pela internet é a necessidade de provar o produto.
Se você trabalha com vestuários, jóias ou qualquer outro produto que provar seja algo importante para o cliente, isso é algo que pode sim trazer resultados.
10- Crescimento dos Marketplaces
Marketplaces já representam 40% das vendas do varejo, e esse número tende a aumentar.
Como os marketplaces fornecem a estrutura para que milhares de pessoas iniciem suas atividades de e-commerce, esse modelo de negócios atende muito bem a demanda por compras online.
Existe até o chamado "Efeito Amazon", que ocorre em todos os países onde a gigante Amazon chega.
Com os ótimos benefícios que oferece, a Amazon é um grande obstáculo para lojistas, sejam varejistas ou de nicho.
Por isso é importante entender a importância da próxima tendência para sobreviver a esses gigantes.
11- Clubes de assinatura
Vamos a velha pergunta: O que é mais barato? Conseguir novos clientes ou fidelizar quem já comprou?
Se você escolheu a segunda opção, então acertou :)
Ter clientes de recorrência é algo muito importante para que um negócio tenha sempre um dinheiro entrando no caixa.
Em um clube de assinatura o cliente paga um valor periódico (mensal, anual, etc) e pode escolher quais produtos quer receber naquele mês, respeitando uma valor máximo.
Além de produtos, o cliente também pode receber benefícios como frete grátis, ofertas exclusivas e brindes.
É muito comum a aplicação de Gamificação nos clubes de assinatura, fazendo com que quanto mais tempo de assinatura ele tenha, mais benefícios receba.
12- Maior uso do formato vídeo
De acordo com a empresa Cisco, 82% do conteúdo consumido na internet será através de vídeos até 2022.
Ainda segundo a empresa, em 2017 esse número já era de 75%, explicando porque plataformas como o Youtube fazem tanto sucesso.
Existem diversos tipos de vídeos que podem dar resultados para lojas virtuais, mas achamos interessante frisar dois deles: Vídeos ao vivo e vídeo-descritivos.
Vídeos ao vivo são uma ótima estratégia pois geram maior engajamento e confiabilidade para a compra.
Já os vídeos-descritivos são uma forma de mostrar os benefícios e características de seus produtos de uma forma mais narrativa.
Caso tenha interesse em iniciar a produção de vídeos para sua loja virtual, não deixe de acompanhar o nosso guia de como utilizar o Youtube para divulgar produtos.
13- Lojas mais leves e otimizadas
As lojas virtuais também levarão menos tempo para carregar e oferecerão uma melhor experiência.
Uma boa página web deve carregar em menos de 3 segundos em computadores e 7 segundos em celulares.
Como o SEO é algo que está sendo cada vez mais levado a sério, a tendência é que as lojas virtuais comecem a se adaptar a isso.
Com isso, os processos de compra serão mais rápidos o que é ótimo para o cliente, que não deseja demorar para fazer uma simples compra.
Além disso, o checkout das lojas virtuais também serão otimizados, para que sejam mais rápidos, melhores e mais transparentes.
Caso sua loja precise de uma otimização de velocidade, recomendamos nosso post sobre como reduzir o tempo de carregamento de um site!
Outras tendências de e-commerce que podem surpreender
Além das que já foram citadas, outras tendências também devem ser observadas, pois podem acabar surpreendendo:
- Maior investimento em anúncios;
Pesquisas por voz;
E-commerce B2B (empresa para empresa);
Marcas éticas e transparentes;
Automação da logística;
Maior utilização de Automação de marketing;
E-wallets (carteiras virtuais);
One-Click-Payment (pagamento em 1 click).
Conclusão - Inovar sim, mas com cautela
Inovar é importante em um mercado tão saturado como o de E-commerce. Buscar seu diferencial e estar aberto as mudanças é de extrema importância.
Por isso é importante estar atento para aquilo que é novo, e ter discernimento para ver o que é oportunidade e o que é furada.
Na ânsia de implementar uma nova tendência, muitas pessoas acabam investindo mal, gerando prejuízos para a empresa.
Por isso a análise é muito importante. Lembre-se que o fator mais importante na hora de aplicar ou não uma tendência deve ser o seu cliente.
Abaixo você confere nossa postagem como infográfico.
